A quebra de 62% na safra de trigo do Paraná (uma perda de 954 mil toneladas) agravou a escassez no mercado brasileiro.
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A quebra de 62% na safra de trigo do Paraná (uma perda de 954 mil toneladas) agravou a escassez no mercado brasileiro. Enquanto esperam o que sobrou das lavouras do Sul do país e do Paraguai – zona mais afetada pelas geadas de julho, onde a colheita engrena em setembro –, os moinhos recorrem à América do Norte. A importação de trigo dos Estados Unidos já ultrapassou 1 milhão de toneladas. Com o dólar próximo de R$ 2,40, houve nova alta de 10% no preço do grão no Brasil nas últimas três semanas.
Esse reajuste elevou a cotação paga ao produtor a R$ 46,20 por saca de 60 quilos no Paraná. A alta acumulada desde agosto do ano passado (R$ 30,40/sc) chega a 52% no estado.
A última correção deve ser repassada ao consumidor nas próximas semanas com a atualização do preço da farinha de trigo, que já está 29,32% acima do valor praticado em agosto de 2012, ou R$ 2,34 por quilo (farinha especial), conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná.
Dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) indicam que o consumo interno de trigo para a safra 2013/14 será de 10,7 milhões de toneladas, confirmando a necessidade de compras no exterior.
No Paraná, onde a colheita se aproxima de 10% da área plantada, as perdas estão se confirmando. E podem ser piores do que as mensuradas. Hugo Godinho, técnico da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), explica que do total de 1,9 milhão de toneladas que restou, boa parte tem qualidade inferior e será comercializada como triguilho (que vale metade do preço do trigo e é usado para ração). “Somente após a colheita será possível fazer uma avaliação precisa das perdas”, frisa.