Advogado das vítimas de Gaievski é ameaçado e pede proteção policial

O advogado disse que está sendo seguido e recebeu ameaças de morte por telefone e por e-mail.

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  • 03 de Outubro de 2013
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O advogado das vítimas estupradas por Eduardo Gaievski e assistente de acusação, Natalício Farias, protocolou ontem na Secretaria de Segurança do Paraná, pedido de proteção policial para suas clientes, testemunhas e seus próprios familiares. O advogado disse que está sendo seguido e recebeu ameaças de morte por telefone e por e-mail. Intimidação semelhante ocorreu as vítimas e testemunhas que prestaram depoimentos contra o ex-assessor da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil).
Ao representar vítimas de Gaievski e prestar assistência ao Ministério Público, Farias acabou acionando a ira dos petistas de Realeza.
"Não tenho medo por mim, mas temo pelo que pode acontecer com as meninas que denunciaram Gaievski e receio que a fúria dos aliados do ex-prefeito coloque em risco os meus familiares. Essa gente é capaz de tudo", disse Farias.
Apesar dos crimes de Eduardo Gaievski serem voz corrente nos meios políticos, o advogado Natalício Farias foi o primeiro a enfrentar o ex-assessor de Gleisi na Casa Civil e manda-chuva de Realeza. Farias sabe que corre riscos pela sua ousadia, mas ao saber das ameaças requereu à Justiça a prisão de quatro envolvidos no esquema de intimidação.
São eles: Fernando Borges, secretário de Administração de Realeza, foi quem ordenou o despejo do avô de uma das vítimas de Giaevski, que morava em um terreno da prefeitura. Essa retaliação ocorreu porque a menina não quis mudar seu depoimento.
Maria Selói Becker, funcionária da prefeitura que localizava e intimidava as vítimas de Gaievski. Edmundo Gaievski, irmão do acusado, que organizou a fuga do pedófilo de Brasília e que atuou na intimidação. Rafael Seben, advogado do pedófilo e que trocava mensagens por e-mail com seu cliente, na cadeia, e recebia instruções sobre como pressionar as vítimas para que mudassem seus depoimentos. A Justiça avalia esses pedidos de prisão.
A cidade de Realeza está em pé de guerra. Cidadãos comuns estão em estado de choque com as revelações de que seu antigo prefeito, o homem levado por Gleisi para assumir cargo de confiança no governo federal em Brasília. Agora, os moradores da cidade sabem que o ex-prefeito abusou das crianças com dinheiro, intimidação, ameaças e violência.