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Vigília e protesto lembram as 242 vítimas da Kiss, um ano depois

Lágrimas, indignação e pedidos por justiça marcaram um ato realizado na madrugada desta segunda-feira (27) em Santa Maria

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  • 27 de Janeiro de 2014
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Lágrimas, indignação e pedidos por justiça marcaram um ato realizado na madrugada desta segunda-feira (27) em Santa Maria para homenagear as 242 vítimas do incêndio na boate Kiss, no dia em que a tragédia completou um ano. O ato, realizado em frente ao prédio onde funcionava a casa noturna, contou com a participação de mais de 500 pessoas, segundo a Brigada Militar.
Às 3h, horário aproximado do início do incêndio na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, os participantes promoveram um "sirenaço". Sirenes foram acionadas de alto-falantes posicionados nas esquinas das avenidas Rio Branco com a Venâncio Aires (próximo à Praça Saldanha Marinho) e da Rio Branco com Rua dos Andradas (próximo à boate Kiss).
Familiares das vítimas bateram palmas e também soltaram balões brancos para o ar. O ato, batizado de "Acorda Santa Maria, quebrando o silêncio", foi organizado pelo movimento SM do Luto à Luta, que reúne familiares das vítimas, e teve como objetivo "despertar" a cidade, em vários sentidos.
"A gente não tem nada que festejar, a gente não tem que homenagear. Eles foram assassinados. É para que isso não se repita. É isso que queremos", discursou Carina Corrêa, uma das líderes do movimento e que perdeu no incêndio a filha Thanise, 18 anos.
Antes do protesto, os participantes pintaram no asfalto a silhueta de 242 corpos, representando cada uma das vítimas da tragédia, cobrindo quase que completamente o chão da Rua dos Andradas. Um grande coração branco foi pintado na frente da entrada da danceteria. Ali os familiares das vítimas depositaram uma rosa branca e velas acesas.
"Cada chama que se acende é uma vida que se extinguiu", disse Ildo Toniolo, que perdeu a filha de 23 anos na tragédia.
Por volta da 1h30, o grupo ganhou o reforço de cerca de 100 pessoas com faixas e cartazes com pedidos de justiça e punição para os responsáveis, eles saíram em uma marcha silenciosa até a frente da boate, a poucas quadras dali.
Em frente à casa noturna, o grupo fez uma contagem em voz alta até o número 242 para lembrar mais uma vez a quantidade de vítimas do incêndio. Gritaram por justiça e bateram palmas antes de voltarem a fazer silêncio. Sentados no chão, muitos pais de vítimas choraram.
Além do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) e do governador Tarso Genro (PT), o Ministério Público (MP) também foi alvo de críticas. Muitos participantes da vigília vestiam camisas brancas estampadas com uma charge criticando a atuação do órgão no caso. A mesma ilustração decorou uma faixa pendurada na fachada da boate.