Reolon "não é louco" e será levado a júri

Reolon foi preso no dia 11 de janeiro de 2013, escondido em um mato na comunidade de Linha Triton

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  • 18 de Fevereiro de 2014
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O médico psiquiatra Ivan Pinto Arantes, perito do Complexo Penal do Paraná (CMP), concluiu que Gilmar Reolon - acusado de matar o pai Otávio Reolon (65), a esposa Gema (41), os filhos Gian Lucas (9) e Gissele (14), a sogra Petronília Casanova (84) e a adolescente Indiamara Pereira dos Santos (13) - não possuía qualquer tipo de doença mental ou perturbação da saúde mental à época em que supostamente cometeu os crimes.
Reolon foi preso no dia 11 de janeiro de 2013, escondido em um mato na comunidade de Linha Triton, e está detido em Curitiba enquanto aguarda a data do julgamento. A Justiça da Comarca pretende agilizar o máximo possível o júri popular, que deverá ocorrer entre março e abril. Seus atos serão julgados por um júri formado por sete pessoas da comunidade, que terão poder absoluto de decidir pela condenação ou absolvição.
A princípio será realizado um único júri para analisar os três processos criminais (assassinato do pai, assassinato da família e assassinato da adolescente) a que ele responde. A previsão é que seja um dos julgamentos mais demorados da Comarca, levando de dois a três dias.
No laudo o médico indica que Reolon não era portador de patologias mentais e, pelo contrário, ao tempo da ação criminosa, "era inteiramente capaz de entender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento". Além disso, o psiquiatra deixa claro que Reolon entendia perfeitamente o caráter ilícito de seus crimes.
De acordo com o documento, o réu apresenta características que indicam a possibilidade de liberação de "intensa agressividade" quando frustrado em seus desejos. Neste sentido, podem ter contribuído para seu comportamento os fatos ocorridos em sua infância e parte da adolescência, advindos de seu pai. Neste caso, a agressividade recebida gera resposta agressiva ao longo do tempo e direcionada a outras pessoas.
Depois de preso, Reolon contou que apanhava com frequência de seu pai e que tinha jurado vingança quando era garoto. O médico observa ainda que não houve ocorrência de momentâneo lapso de entendimento e de determinação. "Todas as ações ocorreram de modo planejado e coordenado, com total capacidade de saber o resultado esperado, assim como não deixar possibilidade de nenhuma das vítimas sobreviver."
O especialista entende que houve planejamento e organização para execução dos crimes, de modo, que o acusado sabia o resultado de suas ações. Não sendo portador de doença mental, Ivan Pinto entende que não há indicação de tratamento. Caso seja condenado, e durante o cumprimento de sua pena vier apresentar sintomas de patologia mental, deverá então se submeter a tratamento.
Gilmar se escondeu no mato, vivendo de forma primitiva, se alimentando de legumes e frutos tirados da roça e da carne de animais abatidos. Sob ele pesa a acusação da morte de pelo menos 10 bovinos. Ele ficou detido até o mês de agosto na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, quando foi transferido para Curitiba.