Paraná propõe liberação de 200 bilhões de reais para financiamento da safra 2014/2015

Sendo 170 bilhões de reais para atender a agricultura empresarial e 30 bilhões de reais para atender a agricultura familiar

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  • 26 de Fevereiro de 2014
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Representantes do Governo do Paraná e de entidades ligadas à agropecuária do estado propuseram ontem, ao governo federal a liberação de 200 bilhões de reais para financiamento da safra agrícola e pecuária em 2014/2015, sendo 170 bilhões de reais para atender a agricultura empresarial e 30 bilhões de reais para atender a agricultura familiar.
Desse total, o Paraná deve absorver em torno de 20%, que é o volume médio de recursos estimados para dar o suporte à safra de grãos que o estado produz, também em torno de 20% da produção nacional, como explicou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Ele destacou que a ocorrência da última estiagem que está provocando prejuízos aos produtores de soja e milho e à economia paranaense em geral comprova a necessidade de recursos para o produtor não desanimar e continuar plantando.
A apreensão no Paraná é com a redução na produção de sementes de soja, cujos campos foram afetados pela seca, e se não houver apoio do governo federal pode comprometer o desempenho da próxima safra de verão.
As propostas foram discutidas em Curitiba pelos dirigentes do governo federal, do governo estadual e pelas entidades que representam os agricultores, como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Organização das Cooperativas do Paraná, e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná, agentes financeiros e técnicos do setor agropecuário.
Na safra em andamento 2013/2014, o setor agrícola nacional foi contemplado com um total de 157 bilhões de reais, sendo 136 bilhões para a agricultura empresarial e 21 bilhões de reais para a agricultura familiar.
Norberto Ortigara defendeu a ampliação de recursos para o setor agrícola para que o produtor rural possa continuar investindo em tecnologia, faça um bom cultivo e continue contribuindo com os excelentes resultados do setor à balança comercial brasileira.
Somente o agronegócio contribuiu com um superávit de 83 bilhões de reais na balança comercial de 2013. O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ágide Meneguette, defendeu a liberação automática do seguro rural para os agricultores.
O superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná, Nelson Costa, solicitou ainda a interferência do governo federal junto às empresas produtoras de sementes, que surpreenderam o mercado com fortes altas na cobrança de royalties no fornecimento de sementes transgênicas, para reexaminarem os custos.
As propostas que estão sendo encaminhadas ao governo federal contemplam o atendimento ao médio produtor, por meio do Plano Agrícola e Pecuário, e o Plano Safra 2014/2015, dirigido à agricultura familiar.
As sugestões para os planos agrícolas são encaminhadas anualmente pelos estados. De acordo com o diretor de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães o governo federal divulga as regras para todo o País normalmente no mês de junho, antes do início do plantio da safra de grãos de verão no País.
Entre as sugestões encaminhadas este ano, as mais significativas giram em torno do fluxo de recursos para as principais linhas de crédito e sobre manutenção e redução de taxas de juros para alguns programas específicos.
Os diretores de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo e Edilson Guimarães, receberam as propostas salientando que o estado do Paraná é um dos mais organizados e que apresentam as reivindicações de forma coletiva com as entidades que representam os agricultores. Em relação às propostas apresentadas ao representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin salientou a necessidade de se manter os recursos para assistência técnica nos mesmos níveis anunciados no Plano Safra 2013-2014.