Mais de duas mil famílias sem-terra invadiram na madrugada de ontem a fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu. A ação, anunciada há alguns meses, foi concretizada, quando os trabalhadores bloquearam os acessos da madeireira tanto ao Assentamento Celso Furtado, quanto ao acampamento 1º de Maio, montado pelas famílias no município de Rio Bonito do Iguaçu, próximo da empresa.
Policiais militares do Pelotão de Choque de Cascavel, Rotam de Corbélia, Batalhão de Fronteira e de outros grupos do 5º Comando Regional foram enviados para a cidade, que vive um momento de grande tensão.
Em um dos pontos de travessia, em uma ponte sobre o Rio das Cobras, os acampados colocaram um caminhão, impedindo a passagem dos policiais.
Ao longo do dia, ao menos dois confrontos aconteceram, onde os militares usaram balas de borracha para evitar o avanço dos invasores.
Uma informação extraoficial dá conta de que seis trabalhadores da empresa, que seguiam em um ônibus para a madeireira, foram rendidos pelos sem-terra. Para que eles fossem liberados, o Pelotão de Choque interviu e conseguiu a liberação dos trabalhadores.
Por volta da uma hora da tarde, os sem-terra manifestaram a intenção de diálogo. Um dos comandantes da tropa foi até a ponte bloqueada pelo MST (Movimento Sem Terra). Eles aguardam a chegada de uma equipe da Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública), de Curitiba, para que uma possível negociação seja feita.
No início da noite de ontem, uma equipe de negociação vinda da Capital foi até o município de Rio Bonito do Iguaçu para evitar que a empresa seja tomada pelos sem-terra. Os trabalhadores, representantes dos municípios e da polícia participaram do encontro, na Prefeitura. Até o fechamento desta edição a reunião não havia sido encerrada.

Fonte: O Paraná