De acordo com a PM, na terça-feira (29), dois integrantes do movimento foram presos em flagrante enquanto cortavam árvores da área de preservação ambiental
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Líderes do grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que invadiu a fazenda da Araupel, empresa de reflorestamento em Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, permitiram que os funcionários da empresa voltassem a extrair a madeira da área invadida. O serviço começou a ser feito ontem (30), com escolta policial. O grupo invadiu a área na madruga do dia 17 de julho.
"As equipes estão posicionadas em pontos estratégicos visando a manutenção da ordem e também fazer com que a empresa possa voltar a sua atividade dentro da normalidade com segurança", comentou o capitão da Polícia Militar, Eldison Prado. Apenas o beneficiamento da madeira nos barracões da indústria não foi interrompido.
De acordo com a PM, na terça-feira (29), dois integrantes do movimento foram presos em flagrante enquanto cortavam árvores da área de preservação ambiental. A Polícia Militar (PM) está patrulhando os cerca de 30 mil hectares da floresta. São aproximadamente 2 mil integrantes do MST acampados na fazenda.
No comércio da cidade foram colocadas faixas brancas em sinal de protesto contra a invasão. "Virou rotina invadir Quedas do Iguaçu, vamos lá que tem terra, tem madeira, vamos lá que a gente se dá bem. Temos que dar um basta nisso" dizem os comerciantes e autoridades.
Segundo a associação comercial e empresarial do município, as vendas nas lojas e supermercados caíram pela metade porque os moradores tem medo que a empresa feche as portas. "Mais de 10 mil pessoas dependem exclusivamente desta fonte empregadora, então eles estão se cuidando para não assumir compromisso porque se houver uma interrupção do contrato de trabalho eles não terão renda", explicou o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Quedas do Iguaçu, Reni Felipe.
A justiça expediu o manado de reintegração de posse ainda no dia 17 de julho, mas o MST se recusa a deixar as terras. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que, na reunião realizada ontem (30), buscou um acordo com a empresa para que as famílias possam permanecer acampadas em uma área dentro da empresa, porém a Araupel não aceitou. Na próxima semana deve haver uma nova reunião entre a empresa e a Ouvidoria Agrária do Incra, em Brasília, para tentar chegar a um acordo.