No plenário, último estágio para a perda de mandato, os parlamentares decidiram condenar Vargas pelo envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef
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Depois de mais de duas horas de confusão, deputados aprovaram ontem (10) o pedido de cassação do mandato do deputado paranaense André Vargas, por 359 votos favoráveis, um contra e seis abstenções.
No plenário, último estágio para a perda de mandato, os parlamentares decidiram condenar Vargas pelo envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Vargas não participou da sessão e não indicou representante legal para fazer sua defesa. Numa última tentativa de adiar a votação, ele apresentou, na noite de terça-feira (9), um pedido à Mesa da Casa alegando que estava se recuperando de uma cirurgia odontológica. Como o recurso não passou pela perícia da junta médica da Câmara, a orientação foi pela rejeição do pedido.
O deputado Eurico Júnior (PV-RJ), indicado advogado em uma das fases do processo contra Vargas se ofereceu para ler a justificativa que o parlamentar apresentou no recurso à Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJ).
Na ocasião, ele disse que houve cerceamento de defesa no processo do Conselho de Ética.
"Fui indicado à contragosto", explicou Eurico Júnior que reforçou que só leria a carta para que a votação ocorresse.
O pedido de cassação contra Vargas foi aprovado no início de agosto, no Conselho de Ética.
A sessão para analisar a representação começou às 11h e foi cancelada, quase duas horas depois, por falta de quórum o que tumultuou o plenário da Câmara. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do caso no Conselho de Ética, protestou e lembrou que o quórum estava quase composto. Para esta votação são necessários, no mínimo, 257 votos.
Delgado criticou a demora na apreciação do processo mas lembrou que, desde que a representação contra Vargas foi apresentada, os prazos foram diversas vezes esticados.
Outra estratégia da defesa acabou fracassada na manhã de ontem (10). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, escolhido como relator do mandado de segurança apresentado na semana passada por Vargas, contra decisão da CCJ, negou o pedido de liminar do parlamentar.
Além dos protestos de Delgado, outros parlamentares da oposição, como Vanderlei Macris (PSDB-SP), chegaram a acusar o deputado José Mentor (PT-SP) de golpe.