Ontem, novos lances da "queda de braço" foram lançados, com troca de acusações e farpas dos dois lados
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A greve dos professores da rede pública do Paraná terminou há quase dez dias, mas o clima de "guerra" entre o governo e a categoria continua. Ontem, novos lances da "queda de braço" foram lançados, com troca de acusações e farpas dos dois lados.
O secretário chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD), divulgou artigo acusando os professores de fazerem "doutrinação política" nas salas de aula contra o governo, explorando vídeos com imagens do confronto no Centro Cívico, do último dia 29.
No mesmo dia, a Secretaria de Estado da Educação divulgou nota afirmando em que os professores da rede pública tem salários maiores do que os prefeitos em 111 municípios do Estado. A APP reagiu acusando o Executivo de distorcer dados para colocar a opinião pública contra a categoria.
Sob o título de "Escola não é lugar para doutrinar ninguém", Sciarra afirma no artigo que "bem orientados quanto ao modelo de radicalização sindical, muitos professores estaduais têm trocado o horário de aulas pela encenação de um teatro político".
O secretário alega que "com um descarado discurso que só interessa aos partidos que sustentaram uma absurda greve (...)", alguns professores promovem a "disseminação de apologias contra o governo".
De acordo com o chefe da Casa Civil, "uma parcela de professores insiste em manter, nas salas de aula, ensinamentos distorcidos de uma greve abusiva e anarquicamente orientada". Segundo ele, esses professores estariam usando "vídeos previamente editados e outros artefatos, tentam transmitir a mensagem do bem contra o mal" e demonizar o governo.
Já a Secretaria de Educação apontou que em 27,8% dos municípios paranaenses, professores ganham mais do que os prefeitos. O levantamento também mostra que em 33 municípios paranaenses (8,2%), a diferença salarial entre os professores melhor remunerados e os prefeitos é pequena - menos de R$ 500,003 , diz a secretaria.
A APP contestou os dados, acusando o governo de selecionar "uma minoria que recebe salários acima da média da categoria, depois de muitos anos de serviços prestados ao Estado" para fazer a comparação. "É mais um ataque do governo e só comprova o desrespeito que ele tem para com os educadores paranaenses", afirmou Hermes Silva Leão, presidente da entidade.
De acordo com o sindicado, "os menores salários hoje no serviço público são justamente de trabalhadores da educação, principalmente agentes educacionais. "No caso dos(as) professores(as), a maioria se encontra no nível II, classe 11. Com mais de 20 anos dedicados à sala de aula, estes (as) profissionais recebem pouco mais de R$ 2500,00 por cargo de 20h.
"Os prédios são precários, as salas lotadas de estudantes, faltam profissionais de apoio e não há atendimento de saúde adequado aos educadores", afirma Leão. "Repudiamos e tomaremos atitudes cabíveis em relação a esta ação do governo", afirmou.
Fonte: Bem Paraná
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