Depois de driblar a crise e segurar a economia em 2015, o agronegócio do Paraná deve ter mais um ano positivo em 2016, embalado pela expectativa de uma boa safra de grãos, crescimento do setor de carnes e ampliação de investimentos por parte das cooperativas.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, a economia rural vai bem e, nos últimos anos, deu suporte para que o Paraná alcançasse a posição de quarto maior Produto Interno Bruto do País.
O setor, puxado pelas cooperativas agropecuárias, continua com ritmo forte de investimento, mesmo com a recessão brasileira. Para 2016, as cooperativas programam 2 bilhões e 500 milhões de reais em investimentos, 8% mais do que os 2 bilhões e 300 milhões de reais aplicados em 2015, segundo o Sindicado e Organização das Cooperativas do Paraná, Ocepar.
A maior parte dos recursos vai para projetos de agroindustrialização. Flavio Turra, gerente técnico da Ocepar, explicou que o setor de alimentos tem uma resistência maior aos efeitos da crise econômica brasileira e tem apresentado uma demanda consistente. Além disso, a alta do dólar favoreceu as exportações e mais que compensou a queda nos preços das commodities.
Os produtores anteciparam a venda da safra de soja que começa ser colhida no fim de janeiro. Um terço da produção já foi comercializada, contra uma média, nos últimos anos, de 20% para essa época do ano.
Com o dólar favorável, a venda de soja ganhou velocidade já em 2015. Em média, o produtor está recebendo 65 reais e 47 centavos por saca, 12% acima do valor praticado em dezembro de 2014.
De acordo com Francisco Simioni, diretor geral do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a expectativa é de uma boa safra de verão 2015/2016.
O único receio, conforme explicou, diz respeito aos efeitos do fenômeno El Niño, que provoca excesso de chuvas no Sul e pode comprometer a produtividade e a qualidade dos grãos.
Simioni ainda disse que o vigor exibido pelo setor agrícola se deve a uma reunião de fatores. A sucessão de safras bem sucedidas, a diversificação da produção e o trabalho conjunto entre o Governo do Paraná e a iniciativa privada tanto na pesquisa e no apoio técnico como no desenvolvimento de programas voltados para o setor ajudaram a fazer do agronegócio paranaense um dos mais fortes do País.

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