Durante toda a quarta-feira, 13, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Dois Vizinhos e Região estiveram em frente a unidade da BRF em Dois Vizinhos buscando motivar os funcionários da unidade para aderir a greve da classe.
Segundo o sindicato, a negociação salarial com a multinacional não está avançando. "Nossa negociação iniciou em novembro, que é a data base e nós já estamos em janeiro e foram apenas duas rodadas de negociações. Nossa inflação foi, no período, de 10,33% e a empresa ofereceu, num primeiro momento, 5% congelando os outros itens. Na segunda vez, foi oferecido 8% mas fatiando, escalonando. Quem tem o menor salário ganha 8%, quem ganha um pouco mais ganha 7% e 6% de reajuste sucessivamente", conta Marilene Martins Moreira, presidente do Sintrial.
Ela comenta que os sindicatos de todo o Paraná já chegaram ao consenso de que o reajuste necessário será de 10,83%. "Queremos, no mínimo, as perdas. Não estamos nem falando de ganho real num valor muito alto. No Estado nós fechamos a convenção pedindo 10,83%, com um ganho real de 0,50%. O sindicato não aceita essas propostas que foram feitas, tanto que nós tivemos na assembleia de retirada de greve e já aprovamos que não vamos aceitar negociação com salário escalonado e diferenciação entre os trabalhadores. A gente aceita valor acima da inflação e que atinja todos os trabalhadores igualmente", explica Marilene.
Retroativo
A presidente ainda destaca que o reajuste deveria ter sido dado no mês de novembro, por isso, quando for batido o martelo na negociação entre a empresa e os sindicatos, os trabalhadores vão receber o valor equivalente ao aumento dos salários anteriores. "Nesse ano está sendo atípico, porque já estamos na metade de janeiro e ainda não conseguimos fechar. A empresa vai ter que pagar retroativo todos esses valores, com décimo, férias e tudo mais".
A greve não teve adesão no período noturno e, durante o dia, o Sindicato buscou conversar com os trabalhadores para mostrar a situação das negociações. "Nós vamos conversar e entregar panfletos. Se eles não pararem, nós vamos conversar com eles. No final da tarde, vamos avaliar se realmente continuamos aqui. Esperamos que a empresa chame os sindicatos para negociar. Tudo isso que estamos fazendo é pressão para que a empresa chame a gente para negociar por um valor melhor", relata.

A BRF
A reportagem do Jornal de Beltrão entrou em contato com a assessoria de imprensa da BRF, que deve emitir nota nos próximos dias, falando sobre o andamento das negociações.


FONTE: JORNAL DE BELTRÃO

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