Após nova manifestação, BRF se compromete em apresentar proposta ainda nesta semana

A ação teve início às 8h, na Praça Gregório Nicaretta, em frente à paróquia Imaculada Conceição, e reuniu aproximadamente 300 avicultores.

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  • 11 de Outubro de 2011
  • Jornalista da Radio Educadora AM, Gilberto de Zorzi durante entrevista com o Bispo

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Avicultores de várias cidades do setor de trabalho da BRF (Sadia) de Dois Vizinhos realizaram ontem uma nova movimentação na busca por melhores condições de trabalho e remuneração. A ação teve início às 8h, na Praça Gregório Nicaretta, em frente à paróquia Imaculada Conceição, e reuniu aproximadamente 300 avicultores.O padre Deoclézio Wigineski, que iniciou o movimento há alguns meses, foi quem coordenou a atividade. A intenção inicialmente era concentrar os manifestantes no local e, logo em seguida, se dirigir até o pátio da empresa, onde fariam o protesto.No entanto, o bispo dom José Antônio Peruzzo esteve no município exclusivamente para intermediar as negociações entre a empresa e os avicultores. Por volta das 10h, ele foi recebido na sede da BRF, onde conversou com lideranças da empresa. “Com isso, houve uma nova proposta, por intermediação de dom José. Ele fez a mediação entre a empresa e os avicultores e a BRF se comprometeu em apresentar uma proposta concreta até quinta-feira, 13, em local e hora a serem definidos. Contudo, propuseram que os avicultores não realizassem o protesto em frente à empresa”, esclareceu padre Deoclézio.Já havia passado do meio dia quando o bispo retornou ao local onde havia a concentração de manifestantes. Logo em seguida, o movimento foi encerrado e os avicultores retornaram às suas casas. Diversos vereadores e líderes de sindicatos e entidades acompanharam toda a ação.  Avicultores querem solução imediata  “Os custos aumentaram muito e o lucro é muito baixo”, conta o avicultor Tarcísio Link, que está há seis anos e meio na atividade. Para ele, continuar a trabalhar com as condições existentes não é viável. “Apesar de tudo, não tenho dívidas pelo aviário, mas busco melhorias junto com a categoria. É duro, porque as entidades que deveria nos apoiar não estão nos ajudado. Espero que haja um acerto, mas se não der certo vamos continuar com as manifestações até que fique bom para todos”, garante.Maximino dos Santos concorda com o colega de atividade. Ele está a 20 anos no ramo e possui sociedade de um aviário em Boa Vista do Chopim, no interior do município. O avicultor acredita que se não houver mudanças terá de abandonar a atividade. “Os lotes dando muito menos do que deveria e não paga nem as despesas que temos. Espero que melhore para que tenhamos incentivo para trabalhar mais, porque desse jeito a gente só investe e não tem retorno. Se continuar assim, não vai ter outro jeito e vamos ter que parar”, lamenta.

Apesar do tom provocativo das falas dos representantes, o movimento foi pacífico. O grupo entoou gritos como “Avicultor unido jamais será vencido!” e fixaram várias faixas pela praça com dizerem como “Queremos respeito à vida” ou “Chega de escravidão”.