Sintrial faz manifestação em frente à unidade da BRF de Dois Vizinhos

O objetivo, segundo a presidente Marilene Martins Moreira, foi mostrar para os colaboradores a situação da negociação entre a entidade sindical e a empresa

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  • 14 de Outubro de 2016
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Durante toda a quinta-feira, 13, representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Dois Vizinhos e Região (Sintrial) fizeram manifestação em frente à unidade da BRF no município.
O objetivo, segundo a presidente Marilene Martins Moreira, foi mostrar para os colaboradores a situação da negociação entre a entidade sindical e a empresa. "Nossa negociação iniciou em novembro de 2015 e a empresa, para nós, aqui em Dois Vizinhos, chegou ao ponto de oferecer 6%, enquanto a inflação é 10,33%. Não tendo outra saída, reprovamos em assembleia e decidimos que a gente não aceitaria valor menor do que a inflação e foi para a justiça, que está mandando a empresa pagar 10,83%, que é a convenção da avícola geral do Estado. Estamos só contando isso para o trabalhador", disse.
Marilene acrescentou que o reajuste deve ser repassado na folha de outubro. "Foi repassado 6%. A empresa quer pagar 8,22% e tá influenciando algumas pessoas para que vão até o sindicato e peçam que o sindicato diminua o valor. Jamais vamos fazer isso. Vamos tentar buscar outras melhorias, jamais diminuir o que já ganhamos na justiça."
A presidente ainda destacou que a empresa não pode retirar o plano de saúde e outros benefícios. "Nós, sindicato, nunca tivemos ação sobre benefícios, que são o plano de saúde, Plano de Lucros e Resultados (PLR) que a empresa dá e outros. Eles nunca foram negociados pelo sindicato. A empresa não tem o direito de cortar o plano de saúde porque cada trabalhador, ao entrar na empresa, assina e paga. O plano é muito bom, inclusive. Eu acho que as pessoas ficaram preocupadas com isso, mas a empresa não tem o direito de tirar um benefício dado há tanto tempo porque é um direito adquirido, como outros itens que também estão sendo colocados em jogo", completou.
Ernane Garcia Ferreira, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado do Paraná (FTIA-PR), também falou sobre a situação. "A posição da empresa, nesse momento, de fazer isso, é uma ilegalidade. A legislação prevê isso. A convenção não prevê o plano de saúde, porque não negociamos com a empresa isso e a gente precisa deixar bem claro e entendido que uma vez que a empresa, para contratar o trabalhador ou trabalhadora, implementa um benefício, ela não pode depois tirar. Isso na convenção ou no acordo coletivo nunca foi negociado conosco. A convenção foi assinada pelo sindicato patronal e prevê que qualquer benefício dado não pode ser cortado. Por isso que a gente está dizendo que tem que ler todas as cláusulas. A empresa está fazendo um jogo para manipular os trabalhadores e isso é uma conduta sindical punível, é ilegal. O sindicato, a federação, a confederação está tomando medidas judiciais para que eles sejam responsáveis por isso", argumentou.

 

 

 

 

 

Nota da empresa

 


No dia 1º de outubro, a BRF emitiu nota enviada para falar sobre a negociação. O comunicado ressaltou que a empresa seguirá a aplicação da convenção coletiva, que foi definida pela justiça a pedido do sindicato. Por este motivo, os funcionários não terão mais o café da manhã, que era fornecido pela empresa, além da redução do valor da cesta básica de R$ 190 para R$ 160 e o corte do plano de saúde e odontológico.
Também foi levantada a questão da reposição salarial, que a BRF relatou sempre estar disposta a negociar e que manteve os colaboradores cientes de toda a situação. A proposta da empresa foi de um reajuste salarial de 8,33% e a manutenção de todos os outros ganhos. Sem acerto, o sindicato conseguiu na justiça que se aplicasse a convenção coletiva que prevê, segundo a BRF, somente o reajuste pela inflação, sem qualquer dos benefícios que eram mantidos pela empresa.

 

 

 

 


Fonte: Jornal de Beltrão

 

 

 

 


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