Dois Vizinhos tem o terceiro maior Produto Interno Bruto do sudoeste

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira, 14, os números referentes a 2014 do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios

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  • 16 de Dezembro de 2016
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira, 14, os números referentes a 2014 do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros. Segundo a publicação, Francisco Beltrão atingiu R$ 2,4 bilhões de PIB no ano, um crescimento de 16,2% em relação a 2013. Beltrão fica na 22ª posição entre os maiores PIBs do Paraná e na 2ª posição no Sudoeste. Além disso, desde 1999, primeiro ano registrado no IBGE, o PIB beltronense só cresceu. Outros municípios da região seguiram o mesmo caminho. Pato Branco, por exemplo, aumentou 10,3%, chegando a R$ 2,7 bilhões - 19º maior PIB do Paraná e 1º no Sudoeste.

Dois Vizinhos, que tem o 3º maior PIB do Sudoeste e o 33º no Paraná, estava em 2014 com R$ 1,3 bilhão. O 4º maior do Sudoeste era Mangueirinha, com R$ 897 milhões (55º no Paraná), seguido por Palmas, o 5º maior do Sudoeste e 58º no Estado, com R$ 864 milhões. Destes, só Mangueirinha demonstrou queda: 18%. Dois Vizinhos teve o crescimento impressionante de 23,3% do PIB, enquanto Palmas, 18,9%.

No entanto, empresários da região estimam que esse crescimento é coisa do passado. Evandro Neri, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Sudoeste (Sindimetal), comenta: "Foi um aumento bem expressivo nesse período. As indústrias mantiveram um crescimento acima do normal, fortalecendo a economia. Isso aconteceu por causa da disponibilidade de crédito a que os empresários tiveram acesso, mas agora ficou no passado. Na contagem de 2015, com certeza vai ter decréscimo".

Segundo Neri, a retração econômica começou no final de 2014, piorou em 2015 e se acentuou de vez em 2016. Edgar Behne, diretor presidente da Indústria de Móveis Marel, concorda. "Houve um crescimento de 2010 a 2014. O faturamento da indústria veio subindo desde 2010, mas em 2015 houve um decréscimo menos acentuado e em 2016 uma diferença negativa bem maior".

Com isso, os dois empresários acreditam que 2014 foi o último ano de uma bonança - estão pessimistas com o próximo levantamento do IBGE, que indicará o PIB dos municípios em 2015. Já para o futuro iminente, ainda não ousam sonhar que a economia recupere o que tinha em 2014, mas esperam uma estabilização.

"Com a mudança do governo, achamos que ia melhorar, mas neste final de ano a coisa parece estar pior na política, a cada dia surge um problema diferente e isso reflete na economia", diz Neri, e acrescenta: "Não temos expectativas positivas. Nossa esperança é que a situação se estabilize em 2017, para mais à frente voltar a crescer".

Behne tem uma expectativa ligeiramente melhor. "Conforme avaliamos e conversamos com parceiros, estamos nos preparando para uma melhora no ano que vem. Mas não vai ser um crescimento como em 2014, vai ser lento e gradual."

Maior PIB per capita é de Saudade do Iguaçu

Os valores em que Pato Branco e Francisco Beltrão se destacam são do total do PIB. No entanto, se considerar-se o valor do PIB per capita (o PIB dividido pelo número de habitantes), quem lidera no Sudoeste, e no Paraná, é Saudade do Iguaçu. Seu PIB de R$ 562 milhões é o 7º da região e o 85º do Estado, mas como a população é de 5.333 habitantes, dá R$ 105 mil para cada um.

Em comparação, o 2º maior PIB per capita no Estado é o de Indianópolis, que não passa de R$ 83 mil. Curitiba, que tem o maior PIB do Paraná, R$ 78 bilhões, tem apenas o 26º PIB per capita: R$ 42 mil. Pato Branco fica na 44ª posição, com R$ 35 mil de PIB por habitante. Beltrão é o 104º município, com R$ 28 mil.

 

 

Fonte: Jornal de Beltrão