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Raul Isotton vai começar o ano com apenas cinco secretários

Alguns remanejamentos vão acontecer, nos próximos anos. Objetivo é gerar economia aos cofres públicos.

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  • 22 de Dezembro de 2016
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O prefeito Raul Isotton (PMDB) de Dois Vizinhos ainda não anunciou nomes do seu primeiro escalão. No entanto, já adiantou, em entrevista ao Sete e Meia, da Rádio Educadora AM, que vai ter apenas cinco secretários nos primeiros meses de governo. 
Atualmente, o Município conta com nove secretarias: Administração e Finanças; Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Turismo; Educação, Cultura e Esportes; Planejamento e Ações Estratégicas; Saúde; Assistência Social e Cidadania; Geral de Governo; Viação, Obras e Serviços Urbanos. "Não temos definido quem irá trabalhar no primeiro escalão, vamos ter algumas mudanças, mas eu vou iniciar o governo, os primeiros 100 dias, com apenas cinco secretários. Isso é uma meta minha. Vamos ter secretários cuidando de duas secretarias, com o meu auxílio e dos funcionários concursados", explicou o prefeito que foi reeleito em outubro. 
O prefeito ainda ressaltou a qualidade da equipe de funcionários concursados, que podem deixar as secretarias mais técnicas. "Eu sempre falei que temos que profissionalizar o setor público, levar a experiência administrativa do setor empresarial que nós temos para dentro da Prefeitura. Dentro do nosso quadro, eu tenho uma lista de funcionários técnicos que podemos utilizar no primeiro escalão. Eles conhecem. Vai ser uma administração mais técnica e profissional. Dentro de todas as secretarias teremos muitas pessoas dos quadros de funcionários. Isso vai deixar a Prefeitura mais eficiente. O ano de 2017 é o ano de muitas mudanças em todos os setores, partindo da educação, saúde, viação e obras e as pessoas vão perceber isso. Vai ser um processo gradativo." 
As incertezas em Brasília (DF), onde não se sabe se o governo de Michel Temer (PMDB) vai resistir aos escândalos de corrupção, geram insegurança para os municípios. "Não sabemos o que vai acontecer nos próximos três meses do Governo Federal. Será que o Temer vai permanecer? Se ele não permanecer, vai ter eleição direta ou indireta? O cenário não é bom e requer muita cautela, e é o que vamos fazer. Vamos entrar com muita prudência, muito pé no chão, é um ano de dificuldades para o setor público. Temos a sorte de ter um agronegócio muito forte que está mantendo nosso Município sempre com a economia em alta", enfatizou. 


Saúde e educação
Alguns remanejamentos vão acontecer, nos próximos anos, principalmente na saúde e na educação. O objetivo é gerar economia aos cofres públicos. "Às vezes você monta uma coisa para gerar mais despesas, por isso temos algumas mudanças acontecendo. Os postos de saúde são um exemplo. Não estamos fechando postos, mas estamos direcionando a população de um bairro para outro. Por quê? Na hora que você abre um posto de saúde, o Governo Federal manda cerca de R$ 15 mil se você tiver equipe completa. Com esse valor, você não paga nem o médico. O posto de saúde custa algo em torno de R$ 60, R$ 70 mil e se torna um problema para o município. Assim também temos problemas na educação, com escolas onde não temos alunos suficientes para manter a estrutura e nós vamos ter que fazer um estudo para colocar mais alunos nessas escolas", explicou. 
Um estudo amplo está sendo feito na educação para que as escolas funcionem com mais eficiência. "A gente tem um cálculo de quanto custa cada aluno, fomos buscando dados e informações. Vale enfatizar que não vamos fazer nada precipitado, nós vamos fazer com que a população nos entenda e apoie. O próximo passo é fazer um georeferenciamento para saber onde é que estão todos os alunos do nosso Município na cidade e no interior. Esse trabalho será em parceria com a Celepar e o Governo do Paraná. O aluno que for destinado para a escola A, B ou C, na cidade ou na área rural, nós vamos fazer o transporte. Existe um cruzamento de ônibus pra lá e pra cá porque tem pais que não querem os filhos em algumas escolas, mas nós vamos passar a oferecer o transporte para a escola mais próxima, trazendo assim economia para o Município, porque o professor é o mesmo. Nós temos que fortalecer as escolas, por exemplo, do São Francisco do Bandeira, do Conrado, que são longe, de Santa Lúcia, do Empossado, mas se fortalece como? Com mais alunos, que aí o custo é menor por unidade", acrescentou o prefeito.
Isotton destacou que, para alguns casos, ficaria mais barato para a Prefeitura pagar mensalidade em escolas particulares do que manter os estabelecimentos de ensino. "Hoje, os custos que nós temos por aluno quase deixam mais fácil a terceirização da educação. Eu lembro que o ex-prefeito Lori Gaio (PV), de São Jorge, fazia contas que apontavam isso. Tem algumas escolas no Município que o nosso custo, sem transporte, a depreciação dos prédios e a manutenção, ficam em R$ 500 por aluno no mês. Isso não é possível. Em 2005, 2006, quando eu era vereador, era obrigado a gastar 60% do Fundeb e a administração teve que fazer algumas mudanças porque não chegava a isso. Hoje nós estamos aplicando 99% do Fundeb somente no educador. Não é que o professor está ganhando muito bem, mas as receitas caíram demais. Algumas medidas terão que ser tomadas."
Outra secretaria que vai passar por análise é a de Viação e Obras. "Hoje o parque de máquinas está organizado, sabemos quantos litros cada veículo consome, qual é o custo de manutenção por hora. O que nós vamos fazer? Uma conta. Não sei se vamos terceirizar, dividir setores, mas é um estudo que começa no próximo ano para mudar esse quadro. Será que se eu cortar 50% e destinar para a iniciativa privada eu não vou fazer mais? Será que eu não vou atender melhor?", indaga. 


Paz política
O prefeito ressaltou que o objetivo também é trabalhar com todos os grupos políticos e está em contato constante com o deputado estadual Paulo Litro (PSDB), que apoiou o candidato Carlinhos Turatto (PP) na última eleição. "Em Dois Vizinhos a eleição terminou, nós fomos os vencedores e agora temos o compromisso de estar à frente do município por mais quatro anos. Queremos a paz política implantada nos nossos corações. Estamos perto do Natal, que é um tempo de reflexão e temos que pensar bem o que nós queremos para o futuro do Município." 

 

Fonte: Alexandre Baggio/ Jornal de Beltrão

 

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