No início da tarde de ontem, o zagueiro Neto deixou o hospital, em Chapecó, e voltou para casa com os familiares. Acompanhado do pai, Helam Marinho Zampier, o jogador falou com a imprensa para agradecer por todas as orações que recebeu durante sua recuperação.
"Uma situação difícil. Feliz por estar vivo, mas perdi muitos amigos. Tem sido tudo novo, fiquei muito tempo desacordado. Queria agradecer a todos pelo apoio, mandar um beijo de coração, de todas as esposas que perderam seus maridos, seus filhos. Filhos que perderam seus pais. Não lembro de nada, são 10 dias desacordado. Recebi muito apoio da minha esposa, o pastor da minha igreja, meu pai, meu irmão", disse Neto, ainda com uma voz fraca e com dificuldades de locomoção.
"A situação que eu estava, os médicos dizem que  foi um milagre eu estar aqui. Queria deixar meu agradecimento a todos que oraram por mim. Que sonharam comigo, que lutaram comigo, estou muito triste, é difícil para todo mundo. Deus me permitiu que eu tivesse vivo. Eu vim aqui porque tenho que agradecer aqueles que lutam junto comigo, é impossível não falar daqueles que se foram. Perdi muitos amigos, ficou só coisa boa, só lembro coisas boas desse grupo, obrigado a todos por tudo que fizeram por mim, creio que logo, logo vou poder jogar. Com a vontade de Deus, vou estar pisando em campo na Arena Condá com a camisa da Chapecoense", enalteceu o jogador.
Por telefone, o JdeB entrou em contato com o jogador ontem. "A ficha está caindo aos poquinhos. Agora eu vou pra casa descansar com minha família. Um grande abraço a todos de Francisco Beltrão, que não perderam as esperanças em mim, oraram por mim, só tenho que agradecer."

Sem previsão para vir a Francisco Beltrão

Antes do acidente com o avião da Chapecoense, dia 29 de novembro, Neto queria estar aqui em Francisco Beltrão no dia 28 de dezembro, para passar o Ano Novo com a família da esposa Simone. Mas agora não há previsão para que ele venha ao Sudoeste do Paraná. O único foco do jogador agora é se recuperar 100% e estar perto da família. Seus irmãos, que moram no Rio de Janeiro, já viajaram para Chapecó. "Quando eu estiver melhor, eu mando um alô aí pros meus amigos de Beltrão", acrescentou o jogador, que começou sua carreira no Beltrão FC, em 2003, e depois passou por Paraná, Vasco, Cianorte, Guarani e Santos, até chegar na Chapecoense, em fevereiro de 2015.

Fonte: ADOLFO PEGORARO/ JdeB

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