Mais uma usina em funcionamento no Sudoeste

Já entrou em operação a CGH Generoso, no Rio Chopim, em Cruzeiro do Iguaçu.

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  • 22 de Janeiro de 2018
  • Fotos: Divulgação/Grupo Construnível

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Já entrou em operação a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Generoso, no Rio Chopim, em Cruzeiro do Iguaçu. Construída e operada pela Construnível, de Xanxerê (SC) - também responsável por todo o projeto -, a CGH gera três megawatts de energia em um sistema de fio d'água, sem a necessidade de utilizar barramento e lago, tornando-se um empreendimento sem impacto ambiental.

João Alberto Bandeira, de Marmeleiro, é um dos sócios do projeto e revela que em breve outra usina sairá do papel no mesmo local. "A CGH Generoso entrou em operação em julho do ano passado. Na margem oposta, em São Jorge, também vamos construir uma CGH igual, chamada de Nogueira, com início das obras marcado para fevereiro", adianta João.

A área utilizada para a construção da CGH Generoso foi de 10 mil m2 - um hectare. "Na usina que será construída na margem oposta, também será um hectare de área. Se tudo ocorrer dentro da normalidade, em 12 meses já poderemos testar e operar", comenta o empresário.

A Generoso envolveu cerca de 70 funcionários diretos e indiretos no auge da obra e um investimento aproximado de R$ 17 milhões. "O montante foi financiado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A CGH Nogueira, por ser praticamente igual, também terá um custo parecido, acredito que um pouco mais cara, pois as matérias-primas aumentaram de valor", acrescenta João.

A linha de transmissão leva a energia por 17 quilômetros até a subestação da Copel de Dois Vizinhos e, pelo porte, não há necessidade de um funcionário operar 24 horas a CGH.  "Hoje nós estamos vendendo no mercado livre, chamado de mercado spot. Achamos melhor vender no mercado livre e não fechar um contrato porque é bom deixar a usina rodar uns seis, sete meses, para ver se não haverá falhas na operação", explica João. O empresário afirma que ainda não foi feito um cálculo exato de taxa de retorno, mas estima-se que o investimento se pagará em pouco mais de cinco anos.

Proteção ambiental

Próximo da CGH Nogueira, que será construída a partir de fevereiro, há uma área de 200 alqueires de mata nativa e, para manter o local preservado, a empresa decidiu promover uma série de medidas ambientais. "Nós apoiamos um grupo de trabalho da UTFPR de Dois Vizinhos que fez um mapeamento completo daquela porção de mata e da fauna aquática. Os especialistas descobriram que no local há espécies em extinção e espécies não catalogadas", comenta João. A ideia do grupo de empresários é criar um parque ambiental para promover estudos e visitas. "Nós nos comprometemos em criar uma unidade de conservação. O trabalho já está pronto e foi entregue para o IAP."

PCH na Foz do Chopim

Segundo o empresário, o Rio Chopim possui uma fauna aquática rica e que poderia ficar ameaçada pela construção de grandes usinas. "Desde os anos 2000, há projetos para construção de usinas que iriam alagar uma área de 700 hectares. Esses barramentos de água poderiam acabar com a fauna aquática, assim como no Iguaçu, onde há diversas usinas grandes, que possui esse problema. Portanto, pequenas centrais de geração como essa, que não produzem impacto algum à natureza, à fauna aquática, se tornam muito viáveis economicamente, pois estão gerando energia e criam mecanismos que protegem o meio ambiente."

Em Cruzeiro do Iguaçu há outro empreendimento em funcionamento na foz do Rio Chopim. O grupo Foz do Chopim Energética mantém, há anos, uma pequena central hidrelétrica naquele local. Esta PCH está localizada próximo à praia artificial de Foz do Chopim.

Complexo energético do Chopim vai gerar 26 mw

Além da CGH Generoso - que está em operação - e da CGH Nogueira - as obras iniciam em fevereiro -, mais quatro usinas no Rio Chopim sairão do papel em breve. "Foi um processo longo, iniciado em 2011, que demandou bastante estudo e muitos projetos pra chegar aonde chegou. Este ano vamos em busca das licenças de mais duas usinas, chamadas de CGH Alcéu Viganó 1 e 2, em direção à foz do Rio Chopim, em Cruzeiro do Iguaçu. Acreditamos que até o fim do ano nós conseguimos todas as licenças e já iniciamos o processo de construção", informa João Bandeira, um dos sócios do grupo.

As últimas duas ainda estão em fase de estudos e não têm data programada para iniciar a construção. "Após concluídas, as seis ficarão em um trecho de nove quilômetros. Somadas, irão gerar 26 megawatts de energia, o suficiente para abastecer uma cidade de, mais ou menos, 170 mil habitantes."

O projeto chamou atenção de outros investidores. Inclusive, a obra é modelo em congressos nacionais da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (Abrapch). "No próprio site da Abrapch, na chamada do próximo congresso nacional, a foto que estampa o encarte do evento é da CGH Generoso", completa João Bandeira.

Cinco investimentos em geração de energia elétrica

A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou no segundo semestre de 2017 projeto de lei do Governo do Estado prevendo a autorização para que grupos de investidores privados construam, em rios paranaenses, 18 novas PCHs, CGHs e usinas hidrelétricas.

No Sudoeste, foram autorizados os projetos das PCHs Invernadinha e Forquilha, no Rio Marrecas, em Mangueirinha; CGH Nogueira, em Cruzeiro do Iguaçu (abordada nesta reportagem), no Rio Chopim; CGH Pampeana, no Rio do Banho, em Clevelândia; e CGH da Ilha, no Rio Chopim, entre Itapejara D´Oeste e São João.

Em Francisco Beltrão, a Alcast do Brasil está construindo a PCH Jacaré, no Rio Santana. A empresa tinha a PCH Santana, mas investiu na construção de um novo empreendimento já que há potencial hídrico maior para a geração de energia. Este processo da PCH Jacaré é mais antigo que os autorizados no ano passado pela Assembleia Legislativa.

A obra deve ficar pronta em março e foi necessário construir uma nova ponte sobre o Rio Santana, na divisa dos municípios de Francisco Beltrão e Bom Sucesso do Sul.

A parceria para a nova ponte envolve as duas prefeituras, a Alcast e o Governo do Estado.

Fonte: Jornal de Beltrão/ Renan Guex

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