Juntos, os municípios do Sudoeste perderam 44 profissionais cubanos que atuavam pelo programa Mais Médicos e tiveram que retornar após o rompimento da cooperação entre o País caribenho e o Brasil. No entanto, as vagas deixadas em aberto devem ser rapidamente preenchidas: até domingo, 28 profissionais brasileiros já haviam realizado inscrições para atuar nas cidades da região que tiveram baixa de médicos. 
Ampere perdeu quase a metade dos médicos da rede pública de saúde com a saída dos cubanos. Agora, o secretário da pasta, Robson Sari, se diz “aliviado” pelas três vagas disponibilizadas no edital do Ministério da Saúde terem sido preenchidas. “Vamos ter um período de adaptação para colocar tudo em dia, já que tivemos que cancelar as consultas agendadas, estamos remanejando profissionais, vendo uma sobrecarga maior no hospital e priorizando apenas os atendimentos emergenciais, mas estamos mais tranquilos agora que as vagas foram preenchidas”, diz. Uma das médicas inscritas chegou a entrar em contato com a Prefeitura para se apresentar logo no início de dezembro. 
A partir de hoje, dados mais atualizados sobre as inscrições devem ser divulgados pelo governo federal. Até ontem à tarde, 97% das mais de 8,5 mil vagas haviam sido preenchidas. Segundo o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems), as vagas serão repostas conforme o número de profissionais cubanos que cada município possuía e de acordo com o interesse dos inscritos. “São vagas para reposição dos profissionais; há cidades com quatro vagas em aberto, por exemplo, mas que até agora receberam um ou dois inscritos”, informa a apoiadora do Cosems para a região, Leila Pilonetto. 
O edital que estabelece as regras para contratação dos profissionais brasileiros foi lançado na semana passada pelo Ministério da Saúde. As condições de atuação são as mesmas que valiam para os cubanos dentro do Mais Médicos: dedicação de 40 horas semanais (sendo oito para estudos), salário de R$ 11,8 mil custeado pelo governo federal e mais ajuda de custo (auxílios moradia, transporte e alimentação) bancada pelas Prefeituras. Os valores variam em cada município, mas em Ampere, por exemplo, essa ajuda é de R$ 3 mil por profissional. 
As inscrições seguem até sexta-feira da próxima semana, 7, e os médicos têm até o dia 14 de dezembro para encaminhar a documentação e se apresentar nas cidades em que irão trabalhar.

Vagas em aberto vão sendo ocupadas
Em alguns municípios da região, o início dos atendimentos deve ser mais rápido. Planalto, que perdeu um cubano, já sabe quem será a profissional que irá ocupar a vaga, com intenção de começar a trabalhar no próximo dia 10. “Era uma médica conhecida, daqui da região, e que já nos procurou para iniciar os atendimentos. Essa agilidade do governo, junto com prefeitos e secretários, foi imprescindível para resolver a situação sem grandes transtornos”, elogia a secretária de Saúde, Nadiane Schlossler. 
Em Francisco Beltrão, dois médicos cubanos tiveram que deixar de atender, mas as duas vagas já foram preenchidas e por enquanto não há previsão para o início dos atendimentos. Em Pato Branco, cinco médicos brasileiros também se inscreveram para ocupar o lugar dos cubanos, enquanto que em Dois Vizinhos, das três vagas em aberto, duas estão fechadas e um dos profissionais já entrou em contato com o município.

Fonte: Leandro Czerniaski/ Jornal de Beltrão