Espaço para passar o dia traz cuidados e integração para os pioneiros da cidade.
Idosos aprendendo a fazer queijo. Foto: Arquivo/Assessoria
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Desde a criação da Secretaria da Mulher, Idoso e Juventude, um dos projetos da pasta foi ofertar um centro de convivência para os idosos no município. No local, eles têm diversas oficinas e participam de atividades físicas e culturais. As atividades objetivam o bem-estar e à integração social. Maria Marizete Ferreira dos Santos, secretária da Mulher, Idoso e Juventude, em participação no Programa Sete e Meia da Rádio Educadora FM, destacou o andamento do projeto. “É um privilégio trabalhar com os idosos. Lá eles são cuidados, amados, estão, literalmente, ganhando vida. As vezes a gente vê alguns chegando lá travados, mas ali socializam e tem a oportunidade de compartilhar experiências e, nesses instantes, há uma cura. Ali eles têm alguém pra desabafar, contar histórias, falar. Eu amo escutar a história deles porque eles abriram caminho para nós e temos que honrar a vida deles. Das mãos calejadas deles, vem tudo o que temos”, disse.
Ela falou sobre alguns projetos que são realizados no local. “A gente conta com vários voluntários. O Sesi, por exemplo, tem um projeto de robótica com os idosos. É uma troca muito legal entre jovens e idosos. A secretaria de saúde sempre nos disponibiliza profissionais para ir lá aferir pressão, falar sobre doenças, as meninas vão uma vez por mês medir pressão, glicemia, entender o estado de saúde de todos. A assistência social nos ajuda também com psicólogos e outras palestras e atendimentos importantes”, destacou.
A professora e coordenadora, Liz Tinoco Fricks, destacou outros projetos. “A gente já consegue comparar como eram os nossos alunos e como estão agora, como resgatamos toda a história deles que estava até um pouco apagada. Todos dias eu faço a chamada, como uma escola, eles têm atividades físicas nas segundas e quartas, já nas terças e quintas as aulas de música. Temos parceria com a UTFPR, os idosos precisam ter conhecimento sobre o que acontece na nossa universidade, então, eles acabam conhecendo os projetos dos alunos, como o ‘fazendo o meu queijo’ e as plantas alimentícias não convencionais (PANCs). Temos bastante voluntariado lá também com relação ao corte de cabelo e aulas de inglês nas quartas-feiras, onde são muito estimulados para trabalhar essa barreira”, explica.
A diretora Cristiane Regina Mazurana também falou sobre o trabalho. “É um desafio diário. Cada vida, história que ouvimos a gente leva pra casa e para a vida porque também queremos chegar nessa idade e alguém vai ter que cuidar da gente. Esse cuidado muda a vida deles e a nossa. Eu lembro de uma senhora que chegou lá, a primeira que entrou, eu lembro o quanto ela mudou. A gente percebe como a vida deles melhora e como eles gostam de estar lá, da nossa companhia e só temos a agradecer. As famílias sempre nos agradecem, falam da alegria deles e temos que agradecer os filhos que levam os pais lá, que falam que eles não queriam sair e agora acordam cedo e empolgados e também a administração municipal que criou esse centro e nos dá todo apoio”.
Idosos gostam
Ari Batista dos Santos, 72 anos, frequenta o centro e falou sobre a rotina. “Eu comecei a fazer parte faz uns dois meses. Estou gostando muito e estou me dedicando, todos os dias, para aproveitar todos os benefícios que o centro está oferecendo para nós. Eu chego lá, vou cumprimentar todos que estão ali e já espero as atividades da professora que prepara tudo com muito carinho para que a gente desenvolva. É muito interessante porque estamos ali numa atenção para fazer as atividades que elas colocam para nós fazermos. Eu, até nos 70 anos, trabalhei para os outros. Agora, eu falei que ia viver a minha vida. Eu tenho orgulho de falar que hoje eu sou estudante porque com 72 anos estou na escola, voltei a estudar à noite, no Ceebja, que me acolheu muito bem e já estou pensando numa faculdade”, disse.
Julia Ritti também elogiou o centro. “Eu tenho 76 anos e faz 70 anos que moro aqui em Dois Vizinhos. Desde o começou estou frequentando a casa dos idosos. Minha vizinha, Dona Josefa, me convidou e fomos lá. Conhecemos tudo e foi bem bacana. Nós estávamos esperando abrir, dia por dia. Antes de ter o centro, eu trabalhava o dia todo, fazia artesanato e, quando abriu, nós corremos lá. É muito bom. Eu amo aquilo, amo tudo lá, as meninas, tenho que agradecer o prefeito por ter aberto. Eu gosto de fazer tudo, das brincadeiras, das aulas, bastante atividade. Eu falo para os que não vão ir visitar, conhecer”, disse.
E o futuro?
A secretária fala sobre os sonhos. “Esses dias eu conversei com o prefeito Carlinhos Turatto (PP) e falei que o espaço estava pequeno, com 30 de manhã e 28 de tarde e temos esse sonho de ter um espaço grande, amplo, com mais acesso e que a comunidade possa participar, ir até nós, estamos sempre disponíveis para receber os idosos. Quem quiser conhecer e participar pode nos visitar ou entrar em contato pelo 99917-2100”, conclui.
Fonte: Portal Educadora