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  • 25 Jun 2020

  • Foto: Jose Fernando Ogura/AEN

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A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bela Vista, entre os municípios de Verê e São João, no Sudoeste do Estado, começa a tomar um contorno mais claro. As obras alcançaram cerca de 50% no começo de junho e a próxima fase é a construção da barragem na margem direita do Rio Chopim, enquanto a casa de força principal evolui rapidamente.

Para aproveitar o fluxo das águas pela alça do rio que ficará com um trecho de oito quilômetros com vazão reduzida, está sendo instalada uma casa de força complementar para manter o fluxo normal e ininterrupto das águas.

A PCH Bela Vista é um investimento da Copel e terá capacidade para produzir 29 megawatts (MW) a partir de uma queda estratégica de cerca de 15,5 metros – o limite de uma PCH é 30 MW. A obra orçada em cerca de R$ 217 milhões vai beneficiar cerca de 100 mil consumidores com energia elétrica. Só no canteiro há atualmente 380 funcionários diretos, mas o total de pessoas envolvidas no projeto ultrapassa 450.

A energia produzida por Bela Vista será encaminhada para o sistema através de uma linha de distribuição de alta-tensão de 138 mil Volts (kV) até a subestação da Copel em Dois Vizinhos, também no Sudoeste. A extensão da nova conexão é de 18 quilômetros.

A autorização federal para construir e operar a PCH pertence à sociedade de propósito específico (SPE) Bela Vista Geração de Energia S.A. – subsidiária integral da Copel Geração e Transmissão.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca que o investimento é parte de uma série de obras e programas que a Copel tem implementado no Paraná. “Bela Vista é uma obra com baixo impacto ambiental e reforça a geração de energia elétrica no Estado. A Copel parou de fazer investimentos em outros estados e está voltando seus recursos para ampliar as possibilidades de geração de energia, de emprego e renda no Paraná”, afirma. “Geração representa cerca de 60% do escopo da Copel e Bela Vista é mais um ativo importante na nossa rede, como as usinas de Foz de Areia, Segredo e Salto Caxias”, diz o governador.

Roberto Seara, diretor da SPE Bela Vista, afirma que há um novo panorama de geração de energia limpa com as pequenas centrais e que o Paraná tem potencial imenso a ser explorado. “É uma tendência porque nessas obras não há necessidade de grandes desapropriações e o potencial dos rios é preservado”, explica Seara.

O projeto completo ainda prevê uma ponte de 200 metros sobre o Rio Chopim como contrapartida para a comunidade do entorno. “Estamos envolvidos há muitos anos nesse negócio. Temos a expectativa de reforçar a geração de energia no Sudoeste e de aumentar a zona de proteção ambiental em muitas áreas que antes eram formadas por lavouras e pastos com plantio de espécies nativas, além de cumprir o compromisso firmado com a comunidade local de implantar uma ponte rodoviária que soluciona um gargalo logístico de escoamento agrícola entre São João e Verê”, acrescenta Roberto Seara.

O EMPREENDIMENTO – A implantação do empreendimento começou em agosto de 2019, a cerca de 12 quilômetros a jusante (rio abaixo) da foz do rio Santana e imediatamente a jusante da foz do rio Verê, onde havia uma fazenda.

A operação inteira envolve três grandes contratos: engenharia para gestão e construção da usina, avaliação e desapropriação fundiárias e implantação de programas ambientais.

A obra em si prevê o desvio do fluxo do rio entre Verê e São João e a devolução do maior volume de águas, depois da geração de energia, para o mesmo rio. Esse percurso em linha reta tem aproximadamente um quilômetro. Enquanto isso, a casa de força complementar permite fluxo constante no leito até o encontro, novamente, com as águas restituídas que passaram pelo circuito de geração principal num percurso de cerca de oito quilômetros.

Os estudos iniciais indicam que o reservatório vai ocupar cerca 285 hectares, sendo que 210 já correspondem a área ocupada naturalmente pelo rio. A previsão de alagamento é de somente 75 hectares.

Na parte de construção civil estão em andamento as atividades de armação e lançamento de concreto nas estruturas permanentes no desvio do curso do rio, como o vertedouro e casa de força, localizados onde antes havia um morro de 30 metros de altura. As equipes trabalham na montagem dos condutos forçados que levarão a água até as turbinas para geração de energia e na terraplanagem de algumas estruturas secundárias.

As adufas para desvio temporário do Rio Chopim foram concluídas no começo de junho e o fluxo dele foi alterado para que a barragem na margem direita possa ser finalizada. Uma vez pronta, a estrutura inteira terá 400 metros de largura por 12,2 metros de altura.

Até o momento foram realizadas 200 detonações de rochas e cerca de 60 desapropriações. A programação envolve, ao todo, 35 mil metros cúbicos de concreto convencional e 18 mil metros cúbicos de concreto compactado com rolo. O próximo grande marco da obra é o início da montagem eletromecânica, prevista para o dia 8 de agosto.

GERAÇÃO - A PCH Bela Vista terá capacidade de engolimento de 200 metros cúbicos de água por segundo na capacidade máxima, com as três turbinas operando. A primeira fica pronta em fevereiro, a segunda em março e a terceira em abril de 2021. A expectativa é de término para implantação do empreendimento até junho de 2021.

“Temos 19 contratos no mercado regulado com distribuidoras de energia e eles vão começar a vigorar apenas em 2024 porque o leilão indicava que poderíamos usar seis anos para construir a PCH. Como antecipamos a obra vamos gerar energia para o mercado livre, provavelmente entre abril de 2021 a dezembro de 2023”, destaca o diretor da SPE Bela Vista.

“A usina de Bela Vista é um marco para a Copel porque antecipamos os prazos de instalação e vamos beneficiar diretamente o sistema elétrico brasileiro e a sociedade”, garante o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.

Fonte: AEN

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