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  • 26 Set 2011

  • Comissão da OAB vistoriou o navio turco na sexta-feira (23)

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Nove nigerianos que embarcaram clandestinamente no navio mercante Yasa Kaptan Erbil - de bandeira turca - são mantidos presos em três salas da embarcação desde a segunda-feira dia (19). Eles foram impedidos pela Polícia Federal de desembarcar em solo brasileiro. Por causa dos clandestinos, o cargueiro foi proibido de atracar no Porto de Paranaguá e permanece entre a Ilha do Mel e a Ilha das Cobras, no Litoral do estado.Na sexta-feira passada, a Comissão Nacional de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil, fez uma inspeção a bordo da embarcação. De acordo com o membro da comissão, Dálio Zippin Filho, os nigerianos viajaram escondidos e se mostraram à tripulação, próximo da costa brasileira. Depois que foram impedidos de desembarcar, o grupo teria se rebelado e chegado a agredir a tripulação. “Diante das agressões, o comandante prendeu os nigerianos em três salas, que são verdadeiras gaiolas de ferro. A situação é muito grave”, disse o advogado.Cinco dos clandestinos considerados mais violentos estão mantidos em uma sala maior. A comissão apurou que eles tentaram arrombar a porta do cômodo e a tripulação teve que soldar barras de ferro para mantê-los detidos. De acordo com Zippin Filho, os nigerianos vivem sob condições degradantes. Cada uma das três salas é ventilada por apenas uma escotilha. Como os cômodos não têm banheiro, eles fazem as necessidades físicas em garrafas plásticas e baldes. Desde que foi descoberto, o grupo tem feito três refeições por dia, mas a comida só teria começado a ser servida depois de pressões de portuários.A OAB pede bom senso para que o caso chegue a uma solução. Na avaliação de Zippin Filho, a PF deveria permitir o desembarque temporário dos clandestinos, até que a empresa mercante providencie o retorno deles à Nigéria. “Neste período, a companhia pagaria as despesas dos nigerianos, até que eles fossem levados de volta”, disse o membro da comissão.No início desta semana, a comissão da OAB deve acionar a embaixada da Nigéria para aumentar a pressão por uma solução rápida. O grupo também deve retornar à PF, para negociar a permanência temporária dos clandestinos em solo brasileiro.

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