Dois Vizinhos vai perder três médicas cubanas

Governo de Cuba anunciou a retirada de seus médicos do programa Mais Médicos.

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  • 19 de Novembro de 2018
  • Foto: Secretário de Saúde Edson Spiassi.

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Na última semana o governo cubano anunciou a retirada dos médicos cubanos do programa Mais Médicos que atendem diversas regiões do Brasil. Em nota, o Governo de Cuba afirmou que considera que a ideologia do presidente eleito do Brasil em 2018, Jair Bolsonaro, ameaça a integridades dos profissionais cubanos. E também não admite que o gestor questione a preparação dos médicos para condicionar a permanência deles no programa.

Já o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou, através de uma rede social, que o governo cubano não aceitou as condições estabelecidas para manter o programa Mais Médicos. “Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, justificou.

Na última semana, a chefe da 8ª Regional de Saúde, Cintia Ramos, também admitiu “preocupação” com a situação, porque os profissionais do programa — bancados pelo Governo Federal — são importantes no atendimento da população, sem falar que muitos deles são designados a atender regiões mais distantes dos centros urbanos. Por outro lado, o futuro governo tem dito, através do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que o programa não vai acabar. O atual governo, do presidente Michel Temer (MDB), promete, para esta semana, lançar um edital para a contratação de médicos, dentro do programa Mais Médicos.

Durante participação no programa Sete e Meia de hoje, da Rádio Educadora, o secretário de saúde Edson Spiassi, disse que o município vai perder 3 médicas cubanas. “Um problema que vamos ter que enfrentar nos próximos dias. Vamos perder três médicas cubanas. Nós temos três excelentes profissionais prestando um excelente serviço e isso nos pegou de surpresa. Vamos ter que fazer uma readaptação. Esperamos que o governo reponha os profissionais de alguma forma, mas vamos ficar sem essas três médicas por um tempo. Esse é um problema que não sabemos o que vai acontecer. Para nós vai dar um impacto, mas vamos ter que readaptar para o atendimento não ser prejudicado em nosso município”, disse.      

AMP em Brasília

O presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) e prefeito de Coronel Vivida, Frank Schiavini, está em Brasília, nesta segunda-feira (19), para debater soluções para o Programa Mais Médicos em reunião do Conselho Político da CNM (Confederação Nacional de Municípios). O Paraná tem 458 médicos no projeto, que atuam em 187 municípios e em dois distritos sanitários indígenas. Cerca de 50% deles são cubanos.

Na última quarta-feira (14), Schiavini enviou ofício ao ministro da Saúde, Gilmar Occhi, sobre o futuro do programa. O pedido foi feito acatando solicitação dos prefeitos do Paraná, que ficaram preocupados com as notícias veiculadas no dia 14 de novembro de que o Governo de Cuba decidiu sair do programa.

"Por conta da apreensão gerada entre os prefeitos pela notícia, gostaríamos de saber quais alternativas serão implantadas em relação ao programa Mais Médicos. A dúvida deve-se à necessidade que os prefeitos têm de saber de que maneira o programa terá continuidade, garantindo assistência na atenção básica à população paranaense e brasileira", reivindicou Schiavini no pedido.

No Brasil, o Mais Médicos - projeto iniciado em 2013 - abriu 18.240 vagas para profissionais em mais de quatro mil municípios, atendendo a cerca de 63 milhões de brasileiros, de acordo dados do Ministério da Saúde.

Fonte: Portal Educadora